Os (in)diferentes raiar da Aurora
A noite estava amena e o rio espelhava a alegria e o glamour dos passageiros de um cruzeiro que se encontrava atracado no terminal de Lisboa e por outro a esperança de dois jovens timorenses que pernoitavam ao relento no relvado adjacente ao terminal de cruzeiros. Aurora estava chocada com o relato dos dois jovens, sobre como tinham sido explorados e enganados com a promessa de trabalho em Portugal. Na verdade até trabalharam, mas não lhes pagaram e ainda exigiram dinheiro para a renda de casa e para tratar do NIF e agora estavam entregues à sua sorte, sem casa, sem trabalho e sem dinheiro. Aurora e os seus Companheiros de ronda ficaram sem chão. Estavam perante dois jovens que não sendo Sem-abrigo, estavam efetivamente sem abrigo, sem qualquer estrutura de apoio e num país estrangeiro, que embora irmão não os estava a acolher com dignidade. O José, bisneto de português, ainda domina minimamente a língua portuguesa, mas o amigo apenas verbaliza algumas palavras em português. E foi